Se eu pudesse deixar de correr
Caminhava se eu pudesse deixar de caminhar
Sentava-me à sombra da nogueira azul do céu
Se eu pudesse deitar-me deitava-me
Numa cova com a forma do meu corpo em
Repouso se eu pudesse deixar de cantar
Fechava os olhos e olhava o alto vazio
Onde não acontece nada a não ser
A conciliação provisória do caos
E da luz que não se cansa de nascer.
(Casimiro de Brito, Na Via Do Mestre)
É talvez um dos meus poemas predilectos deste homem que é poeta algarvio, mas também "romancista, contista e ensaísta" (http://casimirodebrito.no.sapo.pt/portugues/index.htm).
Como diz bem o velho ditado, "Parar é morrer.",... mas às vezes não dá vontade de simplesmente contemplar a beleza das pequenas coisas que existem em nosso redor?... Há sempre tanto para fazer e, ao mesmo tempo, para apreciar, revisitar, deslumbrar...temos tão pouco tempo para tudo...*
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